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Foto: Ricardo Duarte / Agência RBS |
Promessa é de um corpo saudável para enfrentar os desafios do dia a dia
e banir as limitações do envelhecimento.
Esqueça os pesados
aparelhos de musculação ou horas intermináveis de aulas que mais parecem uma
tortura. O método do futuro, quando se fala em malhação eficaz e nada monótona,
tem um nome e sobrenome: treinamento funcional. Como o termo diz, o objetivo é
que o corpo mantenha sua funcionalidade. Em resumo, é preservar a capacidade de
executar os movimentos do dia a dia, que vão desde sentar e levantar até
alcançar um pote de biscoitos no alto da prateleira. A técnica ganhou imensa
notoriedade nos últimos anos por ter sido eleita para esculpir o corpo de
celebridades como Juliana Paes, Deborah Secco e Jennifer Lopez, bem como para
turbinar o desempenho de atletas de alta performance, como jogadores de futebol
e de tênis, nadadores e lutadores de MMA (Artes Marciais Mistas, popularizada
por Anderson Silva).
Enquanto os
exercícios localizados, como a musculação, estimulam os músculos de forma
isolada, no modelo funcional o treino é dinamizado com a ajuda de aparelhos
simples, como bolas, elásticos, pesos e pranchas. O educador físico Christian
Krause (que aparece na fato da matéria), da academia Porto do Corpo, diz que um
dos grandes benefícios é o ganho de consciência corporal:
— Os resultados vão
de maior força e equilíbrio à propriocepção, que é a percepção do próprio
corpo, incluindo a consciência da postura, do movimento, das partes do corpo e
das mudanças no equilíbrio.
Também é possível
gastar energia — e muita energia — em uma das aulas, que duram de 45 a 60
minutos. O valor médio da mensalidade gira em torno de R$ 180, com aulas duas
vezes por semana. Dependendo do nível de treinamento e intensidade, são
queimadas de 400 a 800 calorias
A personal trainer
Márcia Refinski, da academia MR Fitness, em Porto Alegre, garante que qualquer
pessoa, em qualquer idade e perfil, está apta para se beneficiar deste tipo de
treinamento:
— O programa apenas
precisa ser ajustado para cada condição física. E, é claro, é preciso de
regularidade: no mínimo duas vezes por semana, fazendo parte da rotina de
exercícios. Defendo que ele não substitui a musculação, e sim complementa.
Um dos instrutores da
academia Cia. Athletica de Porto Alegre, Gabriel Azambuja, afirma que a região
central do corpo (chamada de core, composta por 29 músculos que sustentam o
complexo quadril-pélvico-lombar) é a mais trabalhada:
— Tudo se baseia no
fortalecimento desta estrutura, que é o centro de produção de força e da
geração de estabilidade, além da manutenção do alinhamento postural — afirma o
professor.
A fisioterapeuta
Cláudia Joffre, do Vitta Exercício e Clínica de Saúde, lembra de outro
benefício:
— Para a correção de
vícios posturais, é excelente. Como exige um trabalho de concentração maior,
ativa mais áreas do sistema nervoso central. Além de tudo, é bom para a mente.
O que é treinamento
funcional
O nome treinamento
funcional é autoexplicativo: vem traduzido do inglês (Functional Movement
System — Sistema de Movimentos Funcionais). É uma proposta criada pelo
fisioterapeuta americano Gray Cook e pelo educador físico Lee Burton há mais de
uma década. A proposta básica é fazer com que os movimentos feitos pelo corpo
sejam corretos por meio de exercícios que usam o desequilíbrio com objetos como
a bola medicinal, o bosu (meia bola) e elásticos, para recrutar um número maior
de fibras musculares na execução do mesmo exercício, que é feito em um lugar
plano. O principal aparelho, porém, é o peso do próprio corpo.
Principais benefícios
Os exercícios do
treinamento funcional focam em cadeias musculares, são bem variados e envolvem
força, equilíbrio, agilidade, consciência corporal, entre outros fatores.
Praticantes afirmam que ganham maior massa muscular, melhor performance e
disposição nas atividades diárias. O corpo passa a se movimentar melhor e com
mais equilíbrio. Além disso, é excelente para prevenir lesões — por isso, caiu
no gosto de treinadores de atletas de elite das mais diversas modalidades.
Quem pode praticar
Qualquer pessoa,
independentemente de idade ou gênero. O que diferencia o treino de uma pessoa
para outra são os exercícios e o grau de dificuldade destes para atingir o
objetivo. Os exercícios são definidos de acordo com as necessidades e
capacidades do aluno.
Você sabe o que é o
core?
O conjunto de 29
músculos que se estendem da porção logo abaixo do peito até a base da cintura é
a "região de ouro" do treinamento funcional. Os músculos que se
encontram nesta área específica são responsáveis pela estabilização da coluna
vertebral e, do ponto de vista fisiológico, é o mais importante do organismo. O
core (termo em inglês que significa "centro" ou "miolo") é
dividido em dois grupos: do primeiro, fazem parte os músculos mais profundos,
cuja função é manter a estabilidade da coluna lombar. O segundo é composto dos
músculos globais, que ficam mais na superfície e são responsáveis pela
flexibilidade da região — além de darem a aparência de "barriga de
tanquinho" tão desejada.
O treinamento do core é preconizado por todos os treinadores de atletas
de alto rendimento, como os jogadores de futebol, lutadores e maratonistas.
Isto porque ele tem tudo a ver com performance: quanto mais forte a região,
maior a eficiência dos movimentos e menor a quantidade de lesões.